Avaliação do projeto de recuperação de áreas degradadas de manguezal no município de Barra de São Miguel, Alagoas, Brasil, utilizando como instrumento de Educação Ambiental
Palavras-chave:
Manguezal, Educação AmbientalResumo
Os manguezais são ecossistemas importantes do ponto de vista ambiental por se constituírem em berçários e refúgios de recursos vivos marinhos para a pesca litorânea. Suas áreas de ocorrência estão desaparecendo indiscriminadamente em todo o planeta, apesar de serem consideradas Áreas de Preservação Permanente – APP, não sendo diferente no litoral do município da Barra de São Miguel. Os manguezais são encontrados em toda a faixa litorânea do estado de Alagoas se estendo ao norte do município de Maragogi até o litoral sul do município de Piaçabuçu. Entre os tabuleiros costeiros e o mar se formam canais em meandros que constituem “ilhas” onde predominam manguezais, e nos terrenos mais secos e arenosos restingas e praias (IMA, 2010). Ambientes como os manguezais após serem destruídos podem se recompor, naturalmente, desde que estejam em condições que os favoreçam, sem a presença da ação do homem, e quando sua degradação cessar. O manguezal é uma área estuarina de extrema importância para o ambiente costeiro, pois várias espécies marinhas vão se reproduzir, além de serem áreas que atuam como regulador climático, zona de amortecimento de energia das ondas, filtro para as impurezas e fonte de alimentação para as comunidades tradicionais. A sociedade convive atualmente com vários problemas ambientais, no que diz respeito principalmente ao uso, à ocupação e à falta de conservação dos recursos naturais, sendo estes utilizados pelo homem. A sociedade contemporânea vem utilizando a natureza de forma predatória, degradando-a, e como consequência ocorre uma significativa redução da fauna e da flora, causada por variados impactos (Gomes, 2016). O manguezal é responsável por diversas funções e serviços importantes, como: Fonte de matéria orgânica particulada e dissolvida para as águas costeiras adjacentes, constituindo a base da cadeia trófica com espécies de importância econômica e/ou ecológica; Área de abrigo, reprodução, desenvolvimento e alimentação de espécies marinhas, estuarinas, límnicas e terrestres, além de pousio de aves migratórias; Proteção da linha de costa contra erosão, assoreamento dos corpos d`água adjacentes, prevenção de inundações e proteção contra tempestades; Manutenção da biodiversidade da região costeira; Absorção e imobilização de produtos químicos (por exemplo, metais), filtro de poluentes e sedimentos, além de tratamento de efluentes em seus diferentes níveis; Fonte de recreação e lazer, associada a seu apelo paisagístico e alto valor cênico; Fonte de proteína e produtos diversos, associados a subsistência de comunidades tradicionais que vivem em áreas vizinhas aos manguezais (Coelho Junior & Novelli, 2000, apud Casasco et al. 2014). A legislação ambiental brasileira relativa aos manguezais está consubstanciada em dezenas de instrumentos legais, nos níveis federais, estaduais e municipais, que vão desde a própria Constituição, nossa Lei Maior, até posturas municipais. Porém, apesar de toda legislação existente, os manguezais brasileiros vêm sendo degradados. No passado, a extensão dos manguezais era muito mais ampla; atualmente diminuiu sensivelmente, graças à ocupação antrópica, com construções de portos, moradias, balneários e rodovias costeiras, que avançou sobre áreas de manguezal através da instalação de aterros e outras obras de terraplenagem (Hypolito et al., 2004 apud Casasco et al. 2014).
Referências
ALMEIDA, Viviane Lúcia dos Santos; GOMES, Juliana Vilaça; BARROS, Henrique Monteiro de; NAVAES, Ana. Produção de Mudas de Mangue Vermelho (Rizophora mangle) e Mangue Branco (Laguncularia racemosa) na tentativa de Conservação dos Manguezais em Comunidades Carentes do Litoral Norte do Estado de Pernambuco. I Congresso Brasileiro de Extensão Universitária. Conhecimento e Inclusão Social. João Pessoa. Anais. Meio ambiente. UFPB, 2002.
CASASCO, et al. Recuperação de Manguezais Brasileiros. Revista Ceciliana: Universidade Santa Cecília. 2014.
GOMES, Barbara A. Costa. Recuperação Ambiental e o Ecossistema Manguezal do Rio Ceará: Subsídios para a Área Entorno do Vila Velha - Fortaleza, Ceará, pg 14. 2016.
IMA – Instituto do Meio Ambiente de Alagoas. Cobertura Vegetal do Estado de Alagoas e Mangues de Alagoas/Afrânio Farias de Menezes (Coordenador do Projeto). Maceió: Instituto do Meio Ambiente de Alagoas: PETROBRÁS, 2010. 202 p.:il.
NANNI, Henrique Cesar; NANNI, Suely Medeiros. Simpósio Internacional de Gestão de Negócios em Ambiente Portuário. In: Estratégias para Inserção Global e Sustentabilidade. Santos. Anais. Ecossistema Costeiro: Suas Fragilidades e Reflexos ao Meio Ambiente. Santos: UNISANTOS, 2005.
SEBRAE/AL. Perfil sócio- econômico. Barra de São Miguel, 1998. 41p. PRODER.